As autorreciclagens precisam ser dolorosas?

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O mito da reciclagem dolorosa é a associação automática, porém ilusória, de o processo de reciclagem intraconsciencial (recin) estar necessariamente atrelado à dor, desconforto ou incômodo, por parte do evoluciente jejuno.

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É perceptível, em determinado segmento de autopesquisadores, a ideia equivocada de a implementação dos aprimoramentos pessoais estar, invariavelmente, associado a algum nível de descomodidade. Em tais condições, instala-se o frio na barriga diante do vislumbre do neopatamar evolutivo. Ou seja, a mudança é considerada sofrimento.

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Tais apriorismos podem criar um ciclo de sofrimento psíquico desnecessário e contraproducente ao intermissivista, um dilema silencioso onde cenários mentais são construídos tendo como elemento comum a inevitabilidade do incômodo. As opções são: o desconforto da velha mesmice autopensênica ou a agrura do futuro incerto da autorrecin.

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A ideia de “no pain, no gain” (ou seja, “sem dor, não há ganho”) pode estar indicando a necessidade da autoconsciencioterapia com maior domínio técnico, sem emocionalismos (mesmo que o foco da autopesquisa seja o próprio psicossoma, ou veículo das emoções) ou ideias pré-concebidas fixadas, chamadas apriorismoses 1.

 

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Recin: experiência prazerosa

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Assumir a inseparabilidade do desprazer ao processo de autoconhecimento é um erro autocognitivo de experimentação. A autocura, ao contrário desta concepção, é prazerosa e libertária.

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É indispensável, ao longo da programação existencial, o intermissivista aprender a se reinventar cada vez mais e melhor, de modo eficaz, para desconstruir os traços-fardos e potencializar os traços-força, em um crescendo de fluidez, bom-humor e serenidade íntima.

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Há formas de inquietação (no sentido de não se manter quieto ou acomodado) verdadeiramente positivas e úteis à condição de renovação humana. Nem toda inquietação é sinônimo de desassossego. O importante é priorizar as autodesconstruções racionais e libertadoras do pior de nós mesmos, de modo cada vez mais profissional e menos tenso.

 

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A paracientificidade leva à qualificação pensênica

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Dentro das experimentações evolutivas em laboratórios de Consciencioterapia, a constatação é de que quanto maior a paracientificidade ao lidar com as próprias fraquezas e mazelas, maior será a capacidade de conciliar o prazer pessoal à renovação da própria existência 2.

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Esta forma de reciclagem prazerosa tem como base os qualipensenes, ou a junção de pensamentos, sentimentos e energias associados à qualidade da manifestação pensênica. Inclui-se, neste caso, os pensenes manifestos no decorrer da autopesquisa das próprias imaturidades 3.  

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A abordagem ao cosmos, e também ao próprio microuniverso consciencial, com bom-humor é estratégia inteligente de planificação e autodesenvolvimento do intermissivista.

 

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Neofilia e júbilo pela autocura

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Há a necessidade de coerência entre o curso intermissivo da consciex e as escolhas intrafísicas da conscin. A autorreciclagem firme e autopacificada é indicador de coerência intermissiva.

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Na verificação prática do bem-estar na promoção de autocuras, pelo menos dois elementos podem ser mencionados:

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1. A neofilia antes da autocura, com a perspectiva futura prazerosa da nova realidade íntima mais avançada, planificada e objetivada, levando a novos patamares de autopensenidade.

2. O júbilo após a autocura, com o autocontentamento ao constatar o domínio do trafar, ou traço-fardo.  

 

E então, vamos promover autorreciclagens prazerosas?

 

 

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Autor: Marco Almeida, consciencioterapeuta e voluntário da Organização Internacional de Consciencioterapia (OIC).

 

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