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Você identifica apriorismos na manifestação pessoal?

O apriorismo em si é condição neutra. Significa estabelecer julgamentos a partir de elementos prévios, a priori. Pode ocorrer de modo homeostático na vivência diária, quando, por exemplo, se faz uso antecipado do autodiscernimento (apriorismo sadio), ou de modo patológico, refletido na rigidez ao lidar com novos fatos e inevitáveis mudanças de vida, mantendo a conscin fixada na condição de estagnação evolutiva (apriorismose).

 

Importa diferenciar, no contexto da autopesquisa, as autoconvicções lúcidas, resultantes de reavaliações e reajustes a partir da experimentação pessoal, das crenças irracionais desencadeadoras do apriorismo patológico. Estas últimas mutilam o ato de pensar, na medida em que a expressão da consciência fica condicionada por este redutor do autodiscernimento.

 

Vieira 2 define apriorismose como “a qualidade, condição ou estado cronicificado do apriorista, somente capaz de raciocinar a priori, a partir de elementos prévios fixados, sem exame, análise ou verificação, independente da facticidade ou da parafacticidade”.

 

São exemplos de apriorismoses: pré-julgamentos, preconceitos, superstições, monoideísmos, ideias fixas, dogmas pessoais, repressões, autoconvicções, inflexibilidade cognitiva, bloqueio da criatividade, ausência de autocrítica, achismos.

 

 

Desconstrução dos apriorismos parapatológicos

 

1. Autoinvestigação. O primeiro passo para autocura da consciência apriorista é se perceber como tal e ser investigadora de si própria, por meio dos fatos e parafatos, listando os pensenes e manifestações aprioristas no cotidiano.

 

2. Autodiagnóstico. Em seguida, recomenda-se identificar os padrões pensênicos rígidos, limitadores, verificando as circunstâncias associadas em que estes se manifestam, para se chegar ao autodiagnóstico.

 

3. Autoenfrentamento. A partir da autocrítica lúcida, a pessoa decidida em se melhorar começa a desconstruir os apriorismos parapatológicos, verificando as justificações geradoras desses patopensenes. Esta etapa de autoenfrentamento exige postura autoinvestigativa permanente. Existem técnicas autoconsciencioterápicas úteis para a identificação e enfrentamento deste funcionamento. Enumeram-se duas delas:

 

a. Técnica da percepção das autojustificativas. Consiste na enumeração das pseudojustificativas observadas durante a interlocução ou pensenização diária, relacionadas a ações ou comportamentos antievolutivos, utilizadas como mecanismo de defesa, fuga ou evitação do autoconflito, amenização das autoincoerências e acobertamento de erros, falácias lógicas ou intenções negativas. Na aplicação da técnica, sugere-se identificar palavras ou expressões geralmente utilizadas nas justificativas: mas, porém, todavia, contudo, seria, estaria, teria.

 

b. Técnica do estudo temático. Permite ampliar a autocognição em relação aos mecanismos de funcionamento apriorísticos, bem como em relação à sua desconstrução, buscando, com abertismo, novas formas de análise dos fatos e modos de atuar, a partir da construção de neossinapses.

 

4. Autossuperação. A manutenção dos autoenfrentamentos e o monitoramento de indicadores de autossuperação definidos, como por exemplo, estar aberto à análise de novas ideias, mudar de opinião de modo sustentado, entre outros, contribuem para a autossuperação da manifestação pensênica de autoconvições rígidas e monodimensionais por novas formas de conduta cosmoética, sustentada em valores evolutivos.

 

A apriorismose pode estar na base da inadaptação existencial do intermissivista, quando este sobrepõe modos de pensar passados, antievolutivos, frente às aprendizagens recentes do Curso Intermissivo, não se predispondo a encarar as renovações pessoais necessárias. Quando a pessoa não se abre para novos pontos de vista, permanece fixada aos autodiagnósticos superficiais realizados por si mesma.

 

Em contrapartida, o  interesse genuíno da consciência em se compreender e descobrir por si própria a leva a novas formas de analisar fatos e parafatos, sem se acomodar passivamente ao saber das convicções dos outros a seu respeito ou às autoconvicções construídas, mantendo a curiosidade crítica evolutiva.

Autora: Luísa Consciência, consciencioterapeuta e voluntária da Organização Internacional de Consciencioterapia (OIC).

Saiba mais sobre o assunto:

Verbete da Enciclopédia da Conscienciologia: Apriorismose

Referências Bibliográficas:

1. Almeida, Marco A.; Menezes, Gláucia; & Takimoto, Marília; Apriorismose; Artigo; Proceedings of the 4th Consciential Health Meeting (Anais da IV Jornada de Saúde da Consciência); Foz do Iguaçu, PR; 07-10.09.06; Journal of Conscientiology; Revista; Trimestral; Vol. 9; N. 33-S; 1 microbiografias; 3 tabs.; 29 refs.; International Academy of Consciousness (IAC); Londres, Inglaterra; Setembro, 2006; páginas 203 a 212.

2. Vieira, Waldo; Apriorismose; verbete; In: Vieira, Waldo; Org.; Enciclopédia da Cons­cien­ciologia; apres. Coordenação da ENCYCLOSSAPIENS; revisores Equipe de Revisores da EN­CY­CLOS­SA­PI­ENS; 27 Vols.; 23.178 p.; Vol. 3; 1.112 citações; 11 cronologias; 33 E-mails; 206.055 enus.; 602 es­pe­ci­alidades; 1 foto; glos. 4.580 termos (verbetes); 701 microbiografias; 270 tabs.; 702 verbetógrafos; 28 web­sites; 670 filmes; 54 videografias; 1.087 webgrafias; 13.896 refs.; 9ª Ed. rev. e aum.; Associação Inter­nacional de Enciclopediologia Conscienciológica (ENCY­CLOS­SA­PI­ENS); & Associação Inter­na­cio­nal Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2018; ISBN 978-5-8477-118-9; páginas 1.559 a 1.561.

3. Idem; Dicionário de Argumentos da Conscienciologia; revisores Equipe de Revisores do Holociclo; 1.572 p.; 1 blog; 21 E-mails; 551 enus.; 1 esquema da evolução consciencial; 18 fotos; glos. 650 termos; 19 websites; alf.; 28,5 x 21,5 x 7 cm; enc.; Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2014; página 81.

4. Idem; Homo sapiens pacificus; revisores Equipe de Revisores do Holociclo; 1.584 p.; 24 seções; 413 caps.; 402 abrevs.; 38 E-mails; 434 enus; 484 estrangeirismos; 1 foto; 37 ilus.; 168 megapensenes trivocabulares; 1 mi­crobiografia; 36 tabs.; 15 websites; glos. 241 termos; 25 pinacografias; 103 musicografias; 24 discografias; 20 ceno­gra­fias; 240 filmes; 9.625 refs.; alf.; geo.; ono.; 29 x 21,5 x 7,5 cm; enc.; 3ª Ed. Gratuita; Associação Internacional do Cen­tro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC); & Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2007; pá­ginas 586 e 587.

 

Webgrafia:

 

Dicionário Terminológico Multilíngue de Consciencioterapia (DTMC) online; Organização Internacional  de  Consciencioterapia  (OIC); “Apriorismose”; “Técnica da percepção das autojustificativas”; “Técnica do estudo”. Acesso em: www.oic.org.br/dicionario-de-consciencioterapia.

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